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A MATRIZ
26 de julho de 2018

Útero,
mancha
de rubro sangue.
Semente
da mãe interna.
Ruptura que me conduzirá
ao mundo livre

Escrita espontânea
Eu sou o útero, a placenta, o ninho, o cordão umbilical, a maternidade, enfim. Eu sou a mancha vermelha de rubro sangue, a força e a potência. Há acolhimento em mim e há vontade de renascer. Eu estou inchada de mim, pronta para a dor da passagem. Acolho minha débil mãe e a percebo nos vasos endometriais. Por fora frágil, por dentro prenha como todas as nossas ancestrais, capaz de gerar, nutrir e dar a luz. Eu sou o útero do universo, do feminino, do frágil e do forte. Eis meu útero de mim, o nascimento da minha mãe de mim, do abraço de mim, do prazer de mim, da criação, da aceitação, da ruptura, do corte do cordão umbilical, da liberdade para o mundo, à termo.

Experiência corporal
Ao realizar essa pintura, sentei-me à distância e comecei a sentir ligeiras cólicas uterinas. Intuitivamente fui colocando as mãos no baixo ventre e abrindo as pernas, mais e mais, como se estivesse em trabalho de parto. Fiquei bastante tempo massageando o baixo ventre, apertando a placenta para baixo, sentindo seu peso, sua vontade de expulsão. Algo em mim deseja nascer. Eu dei à luz. Algo em mim renasceu.


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