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A facilitadora e a pintura espontânea

Marcia Bandeira, facilitadora de Pintura Espontânea

Nós somos sempre alma.

James Hillman

O espírito de busca me levou à Pintura Espontânea, que me conduziu a uma experiência profunda e bela: a minha alma reconheceu-se a si mesma no mundo.

A partir dessa descoberta, a alma liberta convidou-me a dançar com a vida. A minha essência tornou-se mais manifesta e as minhas escolhas, mais intuitivas.

A Pintura Espontânea, através da livre expressão e da criação de um espaço de plena confiança, possibilitou-me, inicialmente como pintora e, posteriormente, como facilitadora, um mergulho profundo no mundo dos símbolos pessoais e coletivos.

Cada imagem acessada na psique profunda teve a função de gerar pistas e, aos poucos, familiaridade, para a construção de um caminho rumo ao self.

Essa trilha é tortuosa. Algumas vezes, sente-se medo; outras, coragem. Pouco a pouco, acessa-se subpersonalidades até então desconhecidas e, cada uma delas chega com tamanha energia que sentimo-nos obrigados a lhes dar atenção. Mais do que isso, passamos a nos afeiçoar por nossa alma. Aos poucos, aproximamo-nos dos nossos monstros, polvos, serpentes e casas do medo. Da mesma forma, criamos profunda amizade por nossas guerreiras, sereias e fadas. Todos esses personagens começam a conviver harmonicamente dentro de nós.

O processo vivido é a verdadeira obra, mas a poesia é a cura. Todos os fatos ocorridos e todos os afetos experimentados durante a trajetória nos ajudam a construir um relicário, um altar em miniatura, onde podemos honrar nossas cicatrizes.

A cura é a restauração do diálogo franco com a alma. O tratamento é o abaixamento do nível de racionalidade e da defesa para que a intuição e a capacidade criativa inatas possam se manifestar livremente. O remédio é o contato com os símbolos que nascem maduros de dentro de nós e se manifestam na vida.

A Pintura Espontânea conversa francamente com a Alquimia quando percebe e valoriza a alma em todas as coisas: no papel a ser pintado, nos pigmentos de cores básicas que serão misturados intuitivamente, nos pincéis largos que geram forma e vida, no espaço físico sagrado dos encontros (laboratório), na música que conduz a estados alterados de consciência, na presença plena da facilitadora e das pintoras, todas alquimistas.

Os encontros do grupo são momentos de comunhão, guiados por um desejo de entrar em contato com o si mesmo. Tudo deseja reencontrar o self e, por esse motivo, o próprio arquétipo da unidade também deseja ser encontrado. Desse modo, podemos, aos poucos, acessar o essencial, em nós e no outro. O grupo se fortalece a cada troca verdadeira, os laços se aprofundam em confiança e amor, os eventos sincrônicos acontecem como mensagens enviadas especialmente para cada um de nós.

Restabelece-se a esperança no mundo, apesar de todas as dores, apesar de todos os medos, pois somente quando apreciamos a beleza nas coisas do mundo pode o nosso amor retornar ao mundo.
Revitalizados por esse amor que é nosso, mas que é, acima de tudo, do mundo, começamos a nos aproximar da nossa alma. A Pintura Espontânea nos ajuda a materializar em imagens livres os nossos fantasmas, heróis, quartos escuros, vidas passadas, traumas, desejos e potenciais adormecidos. Tudo isso, de forma não verbal, não controlada ou direcionada. A liberdade proposta pela metodologia é a chave para acessarmos o sótão celestial.

Tais seres, memórias, arquétipos e emoções antes incompatíveis e incomensuráveis, a partir do momento que se percebem livres, passam a construir por si mesmos um diálogo universal, como um esperanto psíquico. Magicamente, começamos, pouco a pouco, a compreender-nos a partir dessas experiências interiores.

Não se trata de uma compreensão racional. Não se fala aqui de um diálogo lógico, mas de um reconhecimento do que se é, uma aceitação da complexidade da vida como algo possível e menos doloroso. A coexistência de luz e sombra, a convivência de potência e fragilidade, medo e coragem, dias ensolarados e noites escuras da alma.

A partir do momento que reconhecemos todas essas partes de nós para nós mesmos e para o grupo, as defesas começam a baixar guarda: somos humanos, igualmente humanos, divinamente humanos. A aceitação da nossa humanidade nos ajuda a aceitar a humanidade do outro.

Márcia Bandeira é facilitadora certificada do Método I.am.I de Pintura Espontânea, especialista em Psicologia Transpessoal, Artista Plástica e Designer Gráfica.

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