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A FLECHA
05 de outubro de 2018

Eu tenho medo do homem mal.
Eu sou forte.
Por que há solidão?
Eu sou a interseção entre corpo e alma.
Eu ainda não perdoei Deus.
Eu sou abençoada pel minha capacidade de amar.
Eu sou o azul sagrado e livre.

Escrita espontânea
A arqueira nasceu para enfrentar o medo. Ela tem um cocar-coroa bem no alto de sua cabeça, tem também um arco-escudo e uma flecha enorme. O arco tem uma proteção magnética multicolorida. A mulher-arqueira tem seios fartos, pernas longas e ancas fortes. A mulher-arqueira é forte. Ela está protegida pela cruz da vida, interseção da vida terrena com a vida espiritual. A grande lança aponta à frente.

Diálogo entre a guerreira e a criança
guerreira: do que você tem medo? 

criança: eu tenho medo do homem mal. Eu tenho medo de tudo o que é brutal, eu tenho medo da violência, eu tenho medo de ser machucada, eu tenho medo do escuro, de ficar sozinha no escuro. 

guerreira: eu estou aqui para te proteger, eu sou forte, eu tenho a lança, eu tenho o escudo, eu tenho a sabedoria, a tenho a eloquência, eu tenho a inteligência, eu tenho senso de justiça. Eu tenho o apoio de toda a ancestralidade. Confie em mim. 

criança: eu nao entendo porque o mundo é injusto, por que há tanto sofrimento, por que há solidão? 

guerreira: eu sou forte porque me sinto conectada a Deus. Eu não sou forte sozinha, eu só sou forte quando sou parte de algo muito maior do que eu. Eu tenho a lança da força terrena e o arco da força divina. Eu sou a interseção entre corpo e espírito. 

criança: eu sou aquela menina que ainda está presa na casa do medo, por algum motivo, que eu ainda não entendo, eu tive que fazer parte da casa do medo. No berço do amor, estava também o mal. Acho que não perdoo Deus por isso, talvez por isso eu ache o mundo injusto. Eu perdoei a minha Mãe, mas talvez eu ainda não tenha perdoado Deus. Eu queria entender o mecanismo da vida, seus caminhos intrincados. 

guerreira: eu me sinto abençoada pela minha força, pela minha saúde, pela minha fertilidade, pelos meus filhos, pela minha criatividade, pela capacidade de transformação, pela minha capacidade de semear amor, eu me sinto abençoada pela minha ferida sagrada que me faz sentir empatia pelo outro. 

criança: eu quero alguém que me pegue no colo, alguém que me conte historias à noite para que eu não tema, alguém que penteie meus cabelos, alguém que me faça cafuné, eu preciso de alguém que me deixe pistas, pois viver é tão difícil e nebuloso, eu preciso de alguém com quem eu tenha intimidade, eu preciso de um ninho seguro, onde eu possa ser criança, porque eu não fui criança, eu tive que crescer muito rápido para me proteger das serpentes que estava no meu ninho de amor. Eu preciso de um mundo em que tudo seja belo, leve, seguro, porque eu já lutei demais, já me tranquei demais, guerreei demais. 

guerreira: eu acho que estou entendendo você. Você teve que ser uma menina guerreira e agora você quer ser uma menina igual a sua mãe: leve, cuidada, mimada, com um pai que fez tudo para ela, e o seu pai não fez tudo para você. O seu pai não te mimou, o seu pai foi duro, exigente, o seu pai te ensinou a ser guerreira e é por isso que eu sou uma guerreira forte, uma lutadora exímia, mas você, menina, não teve cuidadores amorosos, por isso talvez você tenha ciúmes da sua Mãe, por que ela teve um infância que você gostaria de ter tido e não teve. 

criança: acho que sim, acho que ela foi a criança que eu gostaria de ter sido e eu sou a guerreira que ela não conseguiu ser. Talvez a minha oportunidade de expansão de consciência seja juntar as duas coisas, aceitar a ajuda e a proteção da guerreira para cuidar da minha criança que não foi cuidada lá atrás. 

guerreira: acho que sim. Eu estou a disposição. eu estou sempre a disposição, Vai ser bom deixar de cuidar só dos outros e aprender a cuidar da minha própria criança. 

criança: obrigada


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