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O NASCIMENTO DA CRIANÇA DIVINA
27 de julho de 2018

O homem
de falos eretos
que me atormentava as noites
tornou-se meu pai
no exato momento
em que foi beijado
pela mulher
que já não temia amar.

Minhas necessidades
Proteção, intimidade e aconchego. Eu tenho necessidade de proteção.. Tive que me fortalecer muito cedo para me proteger da presença masculina distorcida durante toda a minha infância (avô materno). Já bem pequena tive que me virar sozinha, mais tarde, criei autonomia material, construí uma vida de alegria, segurança e beleza, mas a criança ferida ficou lá dentro de mim, pedindo por proteção e aconchego. Agora, eu começo a acolher a minha criança, começo a cuidar dela. A minha mãe de mim mesma nasceu e está cuidando da minha criança, que cresce a cada dia. Ela me visita em sonhos, ela fica feliz quando eu faço escolhas nutritivas para mim, ela perde paulatinamente o medo do escuro quando percebe que a mãe interna está ali para lhe proteger. Onde está o pai de mim? Onde está o meu princípio direcionador e forte? Onde está a minha bússola interna, meu localizador, meu GPS cósmico? Onde está meu masculino saudável que não precisa estar certo sempre, que pode dar espaço para os outros, que não precisa ser predominante sempre, especial, exótico? Eu preciso de intimidade, preciso de profundidade, intensidade, amores profundos, sexo prazeroso, relações íntimas. O superficial me aborrece, me desinteressa, me entedia. (reflexão feita antes de fazer a pintura)

Escrita espontânea
Primeiro surgiu esse homem com o falo ereto, todo ele feito de falos eretos. Primeiro, senti medo desse masculino invasivo e ao mesmo tempo desejado. Depois, veio a mulher forte: pernas, ancas, seios e braços. O que era medo constelou-se  como uma nova possibilidade. A presença da mulher forte equilibrou o homem abusivo. Não sinto mais medo, sinto confiança em nascer. Eu quero me entregar aos braços desse casal divino. Quero sair do útero do mundo e me encontrar com a vida através dos braços desses seres míticos que habitam dentro de mim. Só existe o masculino distorcido quando também existe o feminino distorcido. Quando o feminino e o masculino se integram, surge a criança divina, a união de força e de leveza, de sexualidade e de amor. Finalmente sinto a força dos arquétipos do pai e da mãe dentro de mim. Reverencio toda a sabedoria, toda a experiência do mundo, todas as perguntas e respostas, toda a ancestralidade e todas as sementes de futuro. Eu liberto meus pais biológicos da pesada tarefa de suprirem as minhas carências e necessidades. Eu renasci.


BEM VINDO (A) AO CURSO DE PINTURA ESPONTÂNEA
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